O Mali registou o primeiro caso confirmado de Ébola, numa menina chegada da Guiné-Conacri e colocada em quarentena na localidade de Kayes, anunciou o Ministério da Saúde.
Um caso suspeito de Ébola, “uma menina de 10 anos que veio de Kissidougou, na República da Guiné”, chegou na quarta-feira a um hospital de Kayes e o teste do vírus Ébola “deu positivo”, adianta o Ministério.
Com o resultado da análise laboratorial, o Mali conhece assim o seu primeiro caso importado do vírus Ébola, refere o comunicado. A criança e todas as pessoas que estiveram em contacto com ela foram tratadas segundo as normas previstas e colocadas em quarentena.
O porta-voz do Ministério da Saúde, Markatchè Daou, contactado pela France Press, acrescentou que a menina chegou da Guiné-Conacri com a avó e que o caminho que percorreram estava identificado.
“A gestão foi automática (…). Todas as pessoas que estiveram em contacto com a menina são submetidas a vigilância médica”, acrescentou.
De acordo com o comunicado, o Ministério da Saúde e Higiene Pública “tomou todas as medidas necessárias para evitar a propagação do vírus” pelo que pede à população para que fique tranquila.
No entanto, também aconselha as pessoas para que evitem viagens não necessárias para zonas da epidemia e para que sigam as medidas de higiene e segurança já publicitadas.
Em Abril o Mali já tinha conhecido alguns casos suspeitos de Ébola, mas as análises não os confirmaram.
Kissidougou é uma região a sul da Guiné-Conacri, país que declarou uma epidemia de Ébola, que depois se estendeu à Libéria e à Serra Leoa.
Perto de 10.000 pessoas foram afectadas e cerca de 4.900 morreram vítimas de Ébola, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri são os países mais atingidos pela epidemia, que também já causou mortes na Nigéria, EUA e Espanha.
O primeiro caso de contágio fora de África foi detectado, no início do mês, em Espanha.
Vários países estão a impor restrições à circulação de pessoas oriundas dos países mais atingidos pela epidemia e a introduzir postos de controlo sanitário nos aeroportos para vigiar a febre, um dos primeiros sintomas da doença.
Existe também um outro surto de Ébola na República Democrática do Congo, que já causou 43 mortos, mas as autoridades médicas referem que não está relacionado com os casos na África Ocidental.
O Ébola, que se transmite por contacto directo com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infectados, é um vírus que foi identificado pela primeira vez em 1976. Não existe vacina, nem tratamentos específicos e a taxa de mortalidade é elevada. O período de incubação da doença pode durar até três semanas.